Cinquenta e oito anos depois da execução de Che Guevara, os documentos secretos da CIA e do governo dos EUA revelam os bastidores da morte – um ato político planejado e encoberto, agora exposto pela história.
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As manifestações de 21 de setembro de 2025 mostraram a insatisfação popular contra a PEC da Blindagem e a anistia a golpistas. O Congresso, que deveria proteger a cidadania, hoje ameaça mutilar a Constituição de 1988 — a mesma que Ulysses Guimarães chamou de “Constituição Cidadã”. Ignorar o recado das ruas seria trair a própria democracia.
Em 1979, a Lei da Anistia ajudou a abrir caminho para a redemocratização do Brasil, ainda que tenha perdoado até torturadores. Agora, em 2025, surge no Congresso uma proposta para anistiar os envolvidos na tentativa de golpe contra a democracia. As duas anistias não são comparáveis: • uma foi parte de um pacto de transição; • a outra é um projeto de regressão.
Francisco Tenório Cerqueira Júnior, o Tenório Júnior, foi um dos grandes talentos do samba-jazz brasileiro dos anos 60. Pianista refinado, dividia-se entre a música e a faculdade de Medicina. Em março de 1976, viajou a Buenos Aires para acompanhar Vinícius de Moraes e Toquinho em uma turnê. Na noite de 18 de março, saiu do hotel para comprar um remédio e nunca mais voltou. Seu desaparecimento ocorreu às vésperas do golpe militar argentino, em um clima de patrulhas, sequestros e repressão. Durante décadas, só restaram rumores de que teria sido levado à ESMA e executado. Em setembro de 2025, a Equipe Argentina de Antropologia Forense confirmou a identificação de seu corpo, encontrado com múltiplos disparos. Sua morte é lembrada como símbolo das vítimas inocentes da ditadura e da Operação Condor.
Em 11 de setembro de 1973, a democracia chilena tombou sob tanques e fogo. Salvador Allende resistiu até o fim, mas a ordem de Nixon e Kissinger era clara: fazê-lo cair. Daí nasceu a DINA, polícia secreta de Pinochet, comandada por Manuel Contreras. Seu braço mais letal foi Michael Townley, americano convertido em assassino da ditadura. Bombas em Buenos Aires e Washington, tiros em Roma, venenos em Santiago – o terror não tinha fronteiras. Townley montou laboratório de gás sarin, comandou equipes de execução e relatou tudo em “Confissão e Acusação”.
Décadas depois, documentos revelam como o Chile transformou o assassinato em política de Estado. E como as sombras da intervenção estrangeira ainda rondam as democracias latino-americanas.
O segundo mandato de Donald Trump marca a volta da política do Big Stick, o “Grande Porrete” que simboliza a imposição dos interesses dos EUA sobre a América Latina. Declarações recentes de Washington confirmam que a região voltou a ser tratada como “quintal”. Mas o problema não é apenas militar: é ambiental, social, político e científico. O retrocesso se expressa no abandono de pactos climáticos, no corte de investimentos em ciência, em ataques a direitos sociais e na diplomacia de imposição. Diferente do passado, a reação de parte expressiva da população brasileira tem sido passiva, contrastando com o vigor cívico de outras épocas – e até mesmo com a resistência do Canadá, que rejeitou as pautas trumpistas nas urnas. O resultado é uma era de retrocessos que ameaça conquistas de décadas.
A verdade foi assassinada aos poucos e substituída por um projeto calculado: a mentira como arma política. De Goebbels a Steve Bannon, falsidades moldaram medos, criaram inimigos e sustentaram regimes. Na era da pós-verdade, fake news se espalham mais rapidamente que os fatos e corroem democracias, como no ataque ao Capitólio e na invasão à Praça dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023. Defender a verdade, hoje, é mais que um dever: é um ato de resistência.
Em 30 de julho de 2025, os Estados Unidos impuseram sanções inéditas ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, com base na Lei Magnitsky. No episódio, analisamos a gravidade dessa ação: a distorção de um instrumento legal criado para punir torturadores, agora usado contra um juiz de uma democracia. Revisitamos o histórico de interferência norte-americana no Brasil – da sombra do golpe de 1964 à agressão institucional de 2025 – e revelamos o papel de Eduardo Bolsonaro na articulação dessa retaliação internacional. Este episódio denuncia o ataque à soberania brasileira e à independência do Judiciário, e alerta para os riscos de um novo ciclo autoritário. Uma reflexão urgente sobre democracia, poder e soberania.
Donald Trump, em gesto autoritário, anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros como forma de pressionar o governo Lula e interferir no julgamento de Jair Bolsonaro, seu aliado político. A medida, claramente retaliatória, representa uma afronta à soberania do Brasil e aos princípios democráticos. Bolsonaro está sendo julgado dentro do devido processo legal, com amplo direito de defesa, por ter articulado uma tentativa de golpe após perder as eleições de 2022. A chantagem econômica promovida por Trump não pode ser tolerada. O Brasil é uma nação soberana e não aceitará tutela externa em seus assuntos internos. Como afirmou o presidente Lula: “O Brasil não aceitará tutela de ninguém.”
Neste episódio de Relatos – A Estação da História, revelamos uma virada significativa no caso JFK. A CIA finalmente admitiu que o agente George Joannides teve participação direta na supervisão e financiamento de um grupo anticastrista que confrontou Lee Harvey Oswald meses antes do assassinato de John Kennedy. Documentos recentemente divulgados mostram que Joannides ocultou essa ligação quando foi designado como elo da CIA com o Congresso em 1978. O episódio também aborda o uso de técnicas de guerra psicológica, a manipulação da opinião pública e a suspeita de que Oswald possa ter sido usado como bode expiatório. Ao final, questiona-se se a CIA premiou Joannides por lealdade à nação — ou ao silêncio.
