João Goulart morreu há 49 anos, mas os mitos que cercam sua figura continuam moldando a memória do golpe de 1964. Acusado injustamente de comunista, tachado de fraco e responsabilizado por um suposto caos econômico, Jango foi, na verdade, um líder moderado, legalista e profundamente comprometido com reformas sociais que poderiam ter mudado o Brasil. Neste perfil histórico, desmontamos dez mitos que marcaram sua trajetória – das relações com o getulismo ao enigma de sua morte no exílio. Uma revisitação necessária a um presidente que o país ainda não compreendeu por completo.
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Cinquenta anos após sua criação, a Operação Condor revela-se mais do que um pacto entre ditaduras: foi a maior rede de repressão transnacional da história sul-americana. De 1975 aos anos 1980, governos do Cone Sul coordenaram sequestros, torturas, assassinatos e os sinistros ‘voos da morte’. Documentos recém-expostos mostram que o Brasil não foi coadjuvante, mas peça ativa na engrenagem – da troca de informações ao silêncio diplomático sobre desaparecidos. Este episódio reconstrói, em detalhes, como funcionou a máquina continental do terror e por que sua memória ainda é uma ferida aberta.
Em 29 de outubro de 1945, Getúlio Vargas foi deposto sem tiros, sem barricadas e sem insurreição popular — e esse silêncio marca o início de um padrão brasileiro: as grandes rupturas políticas quase nunca nascem das ruas, mas dos pactos de elites que decidem o fim de um ciclo do poder antes que o país perceba. A queda do Estado Novo acontece no mesmo ano em que o boogie woogie chega ao Brasil pelo rádio. O Brasil mudava de regime… ao mesmo tempo em que mudava de ritmo. Getúlio cairia, voltaria eleito em 1951, e deixaria a vida em 1954 – adiando, segundo muitos historiadores, o golpe militar por dez anos.
Neste episódio, Relatos – A Estação da História revisita a cena do Catete, o diálogo final entre Vargas e Cordeiro de Farias, o Queremismo, a Novembrada de Lott e o nascimento de um modelo de ruptura que atravessaria 1954, 1955 e chegaria a 1964. Porque a História brasileira não costuma mudar quando o povo grita – ela muda quando poucos, nos bastidores, decidem. Ouça, reflita e compare.
Em 1979, a Lei da Anistia ajudou a abrir caminho para a redemocratização do Brasil, ainda que tenha perdoado até torturadores. Agora, em 2025, surge no Congresso uma proposta para anistiar os envolvidos na tentativa de golpe contra a democracia. As duas anistias não são comparáveis: • uma foi parte de um pacto de transição; • a outra é um projeto de regressão.
