Hoje, nosso “vagão” nos leva ao Brasil dos anos de chumbo, quando o golpe de 1964 deu partida a uma longa viagem sob o céu cinzento da ditadura militar. Vamos falar do papel dos Estados Unidos nesse cenário, das vozes silenciadas e das memórias que ainda ecoam.
Autor: djalba.lima@gmail.com
Como foi a última eleição indireta para presidente da República, em que Tancredo Neves derrotou o candidato da ditadura militar. O evento marca 40 anos de redemocratização – o fim de uma era e o começo de outra.
Em plena tensão da Guerra Fria, os EUA montaram um plano de contingência para ajudar os conspiradores do golpe de 1964 no Brasil. O objetivo era garantir suprimentos e apoio logístico, caso rolasse resistência. Tudo para manter a influência norte-americana na América Latina, mesmo que isso significasse violar a soberania de outro país.
O uso do nome de Deus foi central para a mobilização de movimentos civis que defendiam o golpe militar em 1964. A ideia de que o comunismo representava uma ameaça à moral cristã e aos valores familiares serviu para atrair uma base ampla, incluindo donas de casa e lideranças religiosas. O apelo religioso criou uma percepção de legitimidade moral, associando a intervenção militar à defesa de valores divinos.
A criação artificial de crises é uma estratégia poderosa e perigosa, capaz de derrubar governos, alterar rumo de nações e gerar consequências imprevisíveis. O processo segue uma técnica refinada, embora nefasta. No episódio de hoje de Relatos – A Estação da História, apresentaremos um caso real de fabricação de crise: como os Estados Unidos criaram condições para derrubar um governo democrático e instaurar uma ditadura de 21 anos no Brasil.